Capítulo 182

Ana Paula , fez sua primeira ultra próximo ao natal , foi uma felicidade muito grande para ela , que pensava que não iria mais conseguir ficar grávida. Os pais do Luan , sabiam que eu e o Luan estávamos juntos e morando em uma casa em São Paulo , iria passar natal e final de ano conosco. Toda família reunida.

Miguel , voltou para escolinha apenas para pintar , já que ele pegou o finalzinho das atividades. Mas não iria se prejudicar por causa daquilo , ele só tinha dois aninhos.

Cida , como sempre do meu lado , me ajudando em tantas coisas e principalmente em palavras. Era uma ótima babá e ainda mais uma ótima amiga.

No dia 23 de dezembro , os pais do Luan chegaram e ficariam em ‘’ minha ‘’ casa. Eles ainda não tinham visto os cômodos , na verdade só o Amarildo , ele quem escolheu junto com o Luan. O que eu agradeci , pois a casa era simplesmente linda :

- Você deve está um pouco chateada comigo , por não ter sido contra ao casamento do Luan com a Viviane. Mas eu quero que saiba , que a felicidade do meu filho é muito importante pra mim e eu não poderia mudar nunca a decisão dele de se casar.

- Não estou chateada com a senhora , lhe entendo perfeitamente. Eu no seu lugar , ficaria do mesmo jeito que estava , sorridente e alegre pelo o meu filho está feliz.

Estávamos sentadas em um sofá ao lado da Bruna e conversando ,enquanto os homens estavam em um outro sofá e falando de negócios , churrasco e pescaria.

Uma hora mais ou menos depois , o meu pai chegou com Ana Paula , que foi recebida tão bem pelo os pais e a irmã do Luan  , parabenizando ela por ser mãe mais uma vez , ficamos tanto tempo conversando que nem vimos a hora se passar. E quando demos conta já era noite e planejávamos um jantar legal. Jantamos todos juntos , entre conversas e risadas , Miguel estava quietinho ao lado do pai :

- Mamãe , vem aqui – ele me chamou , sai da minha cadeira e fui até ele , onde me agachei e ele falou em meu ouvido. – Tô mal , mamãe.

- O que foi , filho ? – perguntei passando a mão em seu rostinho , ficava sempre preocupada quando ele me dizia aquilo. Aprendeu a me dizer que estava mal , por causa de um filme de crianças que ele sempre assistia na Bolívia.

E quando ele foi me responder , me empurrou e vomitou no chão da cozinha :

- O que foi campeão ? – Luan o pegou no braço , limpando a boca dele com um paninho. – Pega água pra ele , amor.

Peguei água para o Miguel que bebeu um pouco , deitou a cabecinha no ombro do Luan. E começou a chorar , alguma coisa ele sentia :

- O que você tá sentindo , Miguel ? – perguntou Amarildo. Ele colocou a mão na barriga e disse baixinho que ali era onde estava doendo.

- Vamos levar ele ao médico ? – perguntei.

- Amor , acho que só dá aquele remédio que ele sempre toma e deixá-lo no quarto. Se não passar a gente leva ele para o médico. Fica tranquila.

- Não gosto de ver ele assim , vem aqui com a mamãe – peguei o Miguel e fui para a sala onde lhe coloquei em meu colo. Luan pegou o seu remédio , mas quando ele tomou acabou vomitando novamente. – Vamos para o médico , vem.

- Vou com você , fica calma – pedia o Luan.

Ana Paula , como era médica resolveu ir comigo e com o Luan , pois ela tinha alguns amigos médicos no hospital que iríamos , por tanto seria mais fácil. Chegamos no hospital as pessoas respeitaram o ambiente , o que não fizeram

nenhum alvoroço quando viram o Luan :

- Fiquem nessa sala de espera , que eu já venho – disse Ana Paula. Miguel foi para os braços do Luan , onde ficou quietinho e até dormiu. – Venham aqui !

Seguimos a Ana Paula e entramos em uma sala :

- Essa aqui é a Patrícia , uma pediatra.

- Olá , tudo bem com vocês ? Sentem-se – pediu ela.

- Vou esperar lá fora , obrigada por atender.

- Por nada – Ana Paula saiu da sala , nos deixando sozinhos com a médica. – Bom , vocês poderiam me dizer quantos anos ele tem ?

- Dois anos – respondeu o Luan.

Explicamos para ela o que tinha acontecido e ela acusou que seria uma infecção intestinal e que ele iria ficar em observação , que iria tomar medicação na veia ( me assustou , muito ) logo após poderíamos para casa. Patrícia , uma ótima médica , nos deixou em um quarto pediátrico , onde o papel de parede era cheio de girafinhas :

- A enfermeira já vem aqui , qualquer coisa podem me chamar.

- Tudo bem , doutora. Obrigada  - agradeci , olhei para o Luan. – Você vai ficar com ele , se o Miguel acordar e senti essa agulha. Quero nem ver , que agonia.

- Fica calma , não vai passar mal também. Pelo amor de Deus.

Uma enfermeira chegou com todos os ‘’ equipamentos ‘’ e furou o bracinho do Miguel , que acordou assustado e quando viu que estava com uma agulha em sua mãosinha , onde tinha mais veia visível , começou a chorar ‘’ loucamente ‘’. Luan tentava acalmá-lo , enquanto ele me olhava chorando e me chamava. Sai do quarto , para não ver aquela cena , meu coração ficava partidinho vendo o meu filho me chamar daquele jeito e eu não puder fazer nada. Uns segundos depois ,  já não ouvi mais os choro dele ,a enfermeira saiu do quarto :

- Pode entrar ,mamãe. Agora ele está mais calmo – entrei no quarto e o Luan estava sentado ao lado do Miguel , que me olhou com os olhinhos cheio de lágrimas.

- Me desculpa  , meu amor. A mamãe não gosta de te ver chorando , não.

- Você tá bem ? – perguntou o Luan para mim.

- Acho que também não estou bem ... – corri para o banheiro.