Capítulo 144

- Será que você pode me dizer , o que você está tendo com esse Marcelo ?

- Eu e o Marcelo , estamos ficando apenas.

- E ele dormia aqui com você ?

- Só dormiu duas vezes , mas passa alguns finais semana comigo e com o Miguel.

- E o Miguel o chama de pai ? – ele perguntou com um sorriso irônico.

- Ele deve ter confundido , Luan. Eu não deveria ter comentado aquilo com você , estava um pouco irritada , porque fazia tempo que não ligava pra perguntar como o Miguel estava e eu acabei falando aquilo.

- É verdade isso , que o Miguel anda chamando o Marcelo de pai ?

- É verdade , mas só foi uma vez.

- Não importa quantas vezes foi , o meu filho chama um desconhecido de pai.

- Porque você deu motivo pra isso acontecer. Luan , o seu filho sente tua falta.

- Eu também sinto a falta dele.

- Não diz isso , você não sente. Teve um dia que você veio em São Paulo , você não veio ver o seu filho e acha mesmo que eu vou acreditar , nesse sentimento seu pelo o Miguel ? Acha mesmo ?

 - Não duvida dos meus sentimentos pelo o meu filho , você não sabe o tamanho do amor que eu sinto pelo Miguel , ele é o meu filho , eu não posso desprezá-lo.

- Então começa a pensar nisso , antes que seja tarde demais e ele te rejeite.

- Não fala isso nem brincando , eu não iria suportar ouvir ele chamando outra pessoa de pai. Mas só me diz uma coisa , há quanto tempo vocês estão juntos ?

- Mais ou menos , um mês. Você deve está pensando um monte de besteira , talvez esteja pensando que eu já estava com o Marcelo , antes mesmo de acabarmos. Mas não foi assim , eu me aproximei dele depois que ... Ah , não vem ao caso.

- Depois que ?

- Besteira minha. Mas como você está com a Viviane ?

- Estamos bem. Jéssica , posso te pedir uma coisa ?

 - Pode – nos sentamos na cama.

- Me faz presente na vida do Miguel , por favor. Me desculpa se eu não ligo perguntando por ele , mas é melhor vê-lo pessoalmente como vi ele agora. Não quero que ele pense que eu o abandonei , porque eu não seria capaz de fazer isso.

- Pode deixar , mas ele te ama muito também viu ? – apertei a sua mão.

Luan apenas riu e me deu um abraço forte :

- Obrigado , eu sei que você sabe. Mas eu quero repetir , que esse foi um dos melhores presente que eu já ganhei por você- Luan disse quando se afastou de mim e me olhou nos olhos , passei minha mão em seu rosto e nos afastamos.

- Eu também tenho que te agradecer né ? Fizemos parte do presente um do outro.

- (risos) Vamos lá fora , quero passar uma tarde com o meu filho , posso ?

- Claro que pode. Ás 13h eu vou ter que sair com o Marcelo.

- Posso ficar com o Miguel aqui ?

- Pode , sem problemas.

- Tudo bem então ... – saímos do quarto e todos nos olharam. – O que foi gente ?

- Vocês demoraram , mas já conversaram ?

- Já sim , eu vou ficar aqui no apartamento com o Miguel. A Jéssica vai sair com o Marcelo , sabe ? E eu vou ficar com você o meu filho e a Cidoca.

- Então vamos para o hotel , aproveito e passo em uma loja pra comprar um presente pra esse moleque aqui. A noite , vamos vim te buscar – disse o Roberval.

- Rober , não precisa se preocupar em presente.

- Testa , porque não vai na casa da Kermelly ?

- Você ainda está com ela , Rober ? – perguntei.

- Estou , vou aproveitar e vou  na casa dela mesmo.

Nos despedimos do Wellington e do Roberval e voltamos para a sala , Cida foi terminar o almoço , enquanto eu conversava com o Luan sobre outros assuntos e o  Miguel não desgrudava do pai , o que era lindo de ver.

Almoçamos juntos e logo depois , o Luan ficou brincando com o Miguel na sala , o interfone tocou e eu me despedi dos dois , indo com o Marcelo até sua casa e depois passaria na Instituição de Arte , onde conheci a Mabel , estava com saudades de todos , no caminho até lá , contei para o Marcelo que o Luan estava no apartamento :

- Tudo se resolve com um tempo ... Eu estava pensando , sobre essa instituição você disse que está meio abandonada , a diretora tipo jogou para o alto , é isso ?

- É exatamente isso , se eu pudesse eu queria tanto reformar aquele lugar , contratar professores para ficar com aqueles idosos. Eles são tão amáveis , quando visitei aquele lugar , eu me senti muito bem.

- Eu posso falar com um amigo vereador , pra ele poder te ajudar nisso.

- Mas como assim ? Ele por ser vereador , iria ficar com todo o crédito ?

- Não , esse cara é gente boa demais. Gosta de ajudar as pessoas , eu posso conversar com ele pra te ajudar a reformar esse lugar e a prefeitura contratar professores para a instituição , topa ?

- Mas pra isso eu preciso comprar o local ...

- Eu te ajudo , pode contar comigo.

- Você não existe , obrigada – beijei sua mão , chegamos na casa dos seus pais.