Capítulo 103

Quando acordei no dia seguinte bem cedo , pensei em um café da manhã. Sai da cama e corri para a cozinha , ainda com cara de sono :

- Mãe , me ajuda a preparar um café da manhã pra Jéssica ?

- Claro , ajudo sim. Dormiram bem ?

- Bem demais – sorri e ela também.

Minha mãe me ajudou a fazer uma bandeja com café da manhã , peguei no jarro que estava na mesa uma florzinha e coloquei na bandeja também :

- Preparando café da manhã pra Jéssica ? – perguntou Ana Paula.

- Ela merece demais.

- Que lindo vocês dois. Essa criança que estar por vim , vai ser muito feliz e vai ter muito orgulho dos pais que tem. Um dando amor ao outro.

- Não me deixa mais ansioso pra chegada da minha criança. Estou louco para descobrir o sexo , mesmo eu sentindo que vai ser um menino.

- Vai levar o café da Jéssica.

- Raro um rapaz da idade dele , fazer isso para uma namorada – escutei a Ana Paula dizendo na cozinha enquanto eu andava até o quarto. Quando entrei a Jéssica passava a mão ao lado da cama , provavelmente me procurando.

- Bom dia ,  mamãe mais linda da minha vida – fiquei do lado onde eu tinha dormido e coloquei devagar a bandeja sobre a cama quando ela ia dando um tapa na bandeja , sem querer já que ela ainda estava de olhos fechados. – Não estraga minha surpresa , acorda preguiçosa , olha o que eu preparei pra você.

Jéssica foi abrindo os olhos e depois se sentou na cama arrumando o cabelo , ela fechava os olhos e respirava fundo , abaixou um pouco a cabeça :

- O que foi ? – perguntei passando a mão no rosto dela.

- Não estou me sentindo bem.

- O que você tá sentindo ? – ela tirou o lençol de cima e pudemos ver que entre suas pernas tinha sangue. Jéssica começou a chorar e eu me desesperei derrubando até o suco que tinha na bandeja. – Espera , fica calma. Vem aqui ...

Peguei a Jéssica no colo que estava apenas de roupa intima , fui com ela até o banheiro , segurava firme o meu ombro e chorava sem parar :

- Calma meu amor. Vem tomar um banho , vamos no hospital – liguei o chuveiro quente e coloquei a Jéssica no banho , entrando junto com ela , tiramos nossas roupas. Mas ela ficava abraçada comigo e chorando. – O que você tá sentindo ?

- Uma tontura sem fim , eu não quero perder nosso filho.

- Você não vai perder fica calma – terminamos o nosso banho  , coloquei uma toalha enrolada no corpo da Jéssica e abri a porta. – Gente , a Jéssica tá sangrando.

Todos entraram no quarto e ficaram ao lado da Jéssica :

- Calma , não fica nervosa. Jéssica , você não vai perder essa criança.

- Pai , eu tô com medo.

- O que aconteceu , Luan ?

- Vim aqui deixar o café da manhã pra ela , e a Jéssica acordou dizendo que não estava bem. Quando tirou o lençol de cima dela , cheio de sangue – estava nervoso e apontava para a cama. – Cara ! Vamos levar ela logo no hospital , seja onde for.

- Calma , filho. Não fica nervoso , também pelo amor de Deus.

- Como não vou ficar nervoso , pai ?

- Você tem que ser forte do lado dela , Luan.

- Vem , amor. Vem colocar a roupa.

- Você vai colocar a roupa nela ? – perguntou o Fagner.

- Vou , eu vou colocar a roupa nela. Licença , gente – o pai da Jéssica provavelmente não tinha gostado nada daquela ideia , mas eu não precisava discutir ou falar algo mais , já que ele sabia que sua filha seria uma mãe agora. Jéssica mostrou a roupa que queria vestir então lhe ajudei a colocar.

Também me vesti e fomos para o banheiro novamente , ela enjoou e acabou parando na privada. Logo depois , fiquei atrás dela e escovamos os dente juntos :

- Eu te machuquei ontem a noite , não foi ?

- Não , você foi maravilhoso. Tomou todo o cuidado do mundo. Eu não sei o que é isso , amor. Eu só não quero perder o nosso filho , por favor não deixa isso acontecer – ela chorava enquanto segurava as minhas mãos.

- Fica calma , princesa. Não vai acontecer nada disso que você tá pensando , tira isso da sua cabeça. Fica tranquila , pelo o nosso filho que eu tenho certeza que ainda está aí dentro de você , tá bom ? – segurei o seu rosto e selei seus lábios. – Eu te protejo.

- Você me protege , e eu te protejo e nós protegemos o nosso bebê.

-  Isso , agora vamos lá ... – saímos do quarto e o Fagner já disse que iria nos levar.

- Eu vou com vocês – disse Ana Paula.

- A gente fica , mas nos dê notícias por favor – dizia a minha mãe.

- Filho não quer ficar ?

- Não pai ...

- Fica amor , vai tumultuar ... Você vai ficar nervoso – ela dizia com os olhos quase fechando. Eu não iria deixá-la sozinha.

- Não , eu vou com você.

- É melhor ficar , Luan. Assim que falarem alguma coisa ligaremos pra vocês.

- Não acredito !

- Amor , assim que eu souber de algo eu mesmo te ligo. Não fica nervoso.

- Tá tudo bem , me liga mesmo.

Quando a Jéssica saiu daquele apartamento eu fiquei mais nervoso ainda , eu deveria ter ido com ela , deveria estar ao lado dela e que se dane o tumulto , as pessoas eu queria estar ao lado dela. Fiquei inquieto naquele apartamento de um lado para o outro , com o celular na mão e nada de notícias.